domingo, 14 de maio de 2017

Primeiros Atos Sobrenaturais


Foi uma manhã de março de 1954, quando fui à Igreja de los Padres de Gracia, e estas foram as primeiras coisas sobrenaturais que me ocorreram:

Estando de joelhos diante do Resgatado, vi como movia a boca.

Isto, acreditem que era a minha vista, mas quando o fez várias vezes, acreditei que estava a ficar com uma doença de pulmão ou angina de peito.

Vou contar o que senti:

Reparei que era como se me metessem ar no peito, com uma dor enorme e, ao mesmo tempo, a minha sensação era estar muito alta, mas via a minha uma irmã e uma amiga que vinha cominho e via-me com elas.

Estes sintomas eram para pensar na morte. Eram bons e eram maus. Isto não sei escrevê-lo. Palavra, iriam compreender-me.

Quando dei por mim tão mal, sai para a rua e ali foi-me passando.


Dizem as que estavam comigo, que fiquei com a cara muito pálida e muito estranha.

Quando cheguei a minha casa, pus-me diante de um crucifixo que tenho e disse:
Senhor, que isto não me volte a acontecer, faço tanta falta ao meu filho e ao meu marido, agora que o puseste bom... (pois esteve seis anos doente na cama).
Estive, desde 20 de março até 11 de abril, a ouvir muitos ruídos de ar e, por vezes, correntes de água com bastante força.

Se estava sozinha no andar, ouvia passos descalços e assustava-me imenso e o coração desatava em palpitações. Quando parava, os passos desapareciam.

Contei-o à minha família e asseguravam-me que tinha a ver com sugestão. Eu não estava convencida daquilo que me diziam.

E queriam que fosse ao médico, mas eu resistia e punha-me diante do meu crucifixo, pedindo que me tirasse isto. Mas, cada vez que fazia isto, os transtornos eram maiores. E já me diziam em casa: Não o peças com tanta fé, que tu mesma te pões doente.
A 11 de abril, seriam seis da manhã, acordei com um ruído e pancadas na minha janela, acompanhados por um chilreio de pássaros, mas muitos.
Chamei o meu marido para que ouvisse aquele ruído que era divino e disse-me que o ouvia.

E eu acreditei. Mas quando passou um bocado, disse-me: Vê para que me foste acordar! Onde estão os pássaros? Deves ter pássaros na cabeça!

Então começou outra vez a minha preocupação.

Quando se foi e fiquei só, pus-me de joelhos a olhar para o céu, pedindo que, se fosse doença, ma tirasse, e se não, que todos ouvissem e vissem o mesmo que eu, pois via que me olhavam com receio.

Não terminei de pedir isto, quando vi uma nuvem, como se umas mãos a tivessem tomado, e se formou uma Cara Bela de um Homem de uns cinquenta e tantos anos. O céu estava completamente raso em azul e a nuvem era branca.

Rezei um Credo - (que eu nunca o rezava, pois a minha oração predileta era a primeira parte do Pai Nosso e a Ave Maria. Santa Maria não tinha muito costume. Isto era curto e contentava a Mãe e o Filho) -, e a Cara permaneceu até que o terminei.

Cri que era um Apóstolo ou um Velhote que estava morto na Graça de Deus e que queria dizer-me algo.

Desde aquele dia que se me foi o sofrimento do qual padecera.

Contei-o aos meus e disseram-me que as nuvens faziam desenhos, caras, animais e uma infinitude de coisas.

Tomei a decisão de não dizer nada. E já a minha irmã, parece que acreditou em mim um pouco, e disse-me:

- Bom, conta-me se se passa algo mais contido, talvez possa ser um caminho de Deus.

Vou descrever bem como era a Cara:

Digo logo: era de idade entre os cinquenta e sessenta.
Tinha uma melena completamente branca e um encaracolado muito apertado.
As maçãs do rosto muito salientes, mas não ossudas. Eram bonitas e uma barba grande, branca, com o lábio inferior bastante grosso. Olhos grandes. Era uma Cara bonita. Exalava bondade e justiça.

Na verdade, não O conheci, mas rezava-lhe todos os dias ao Senhor pedindo que me mandasse o Velhote e me comunicasse com Ele.

Passados uns dias, uma manhã, entrava da rua para o meu andar e vi num canto uma panela que tinha, envolta em fumo e fui a correr ver onde podia ser. Quando vi, não tinha nada ao lume.

Voltei à panela e já se via bem o piso, até que o fumo foi desaparecendo.

E então vi que era coisa Sobrenatural.

Naquela noite foi o primeiro Sonho Profético que tive.

Sonhei o mesmo que de dia. E quando fui à panela, vi em fumo, ou seja, como se agarrassem numa nuvem, e em meio corpo em volume, vi o Pai e o Filho, Ele que me confirmou e me disse:

 
«Este é Meu Pai; Este é o Todo-poderoso».

E eu disse: Esta é a Cara que eu vi no Céu!

Disse-me: "Justamente".

E, no momento, desapareceu e despertei.

Foi uma alegria tão grande, que não se pode explicar.

Sete ou oito dias depois, estava eu a olhar para o céu quando, de repente, vi abrirem-se umas brechas enormes e via-se outro céu, do qual saíam uns fumos coloridos - como o arco-íris - como uma força e rapidez capazes de parar um comboio.

Fecharam-se as brechas e ficaram estes Fumos a fazer desenhos preciosos. Fazem laços, auréolas, como esses letreiros que colocam à Virgem, a dizer: «Gloria in escelsis Deo».

Acreditei que seria um fenómeno da natureza e que todos o viam. Mas quando o perguntei, dei-me conta de que ninguém o via.

Desde então, estes «Fumos» não se tiram da minha vista. Se estou num sítio fechado, vejo-os pequenos. E se estou na rua, enormes. Ou seja, quanto maior o espaço, maior o desenho.

Numa das minhas Revelações, disse-me Deus que tinha deixado as suas Marcas a flutuar.

Isto foi aquilo que um teólogo disse que é impossível eu estar sempre a vê-lo; que não tinha havido ninguém na História que estivesse constantemente a ver coisas sobrenaturais.

Isto já é meu. É Deus que tem de fazer as coisas em série?

Bem, vou continuar:

Um dia, estando a olhar para o céu, vi uma bola com uns metros de tamanho. Tinha três cores: verde, vermelho e ouro velho.

Chamei o meu marido e o meu filho para que vissem aquela grandeza, mas eles não a viam.

Naquela noite, vi em Sonho Profético o mesmo que durante o dia, mas a bola abriu-se e apareceu o Sagrado Coração com uns raios muito grandes. Apesar de estar longe, ouvia a sua Voz no mesmo ouvido e dizia-me:

- Foi isto que viste: O mundo e Eu.


A 28 de agosto do mesmo ano, foi a primeira vez em que O vi de Carne. Isto foi em Sonho.

Estava eu uma tarde a passar, quando de repente ouvi um ruído grande no teto e não consegui saber de quê.

Naquela noite vi em Sonho Profético que o Senhor entrava no meu quarto e me dizia: «Vem».

Eu, enquanto ia, batia no meu marido para que visse que me ia com Ele.

Levou-me à mesma divisão e fez-me ouvir o mesmo ruído que tinha ouvido durante a tarde. Olhei para o teto e viam-se uns Pés descalços. Nesse momento, colocou-se a meu lado. Descia com os braços cruzados e, entre as mãos, a meio, uma Pomba. Vestia uma túnica crua, muito clara e barata, o pobre - quero dizer, não como está na Igreja -. Não tinha coroa, nem o coração, nem nenhuma insígnia que pudesse dizer: «Sou Deus». Mas tinha algo inconfundível, que era isto: «Ser Deus».

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